SEXO E IMPOTENCIA
SEXO E IMPOTENCIA
A história, recolhida por por H. J. Eysenck e trazida à estampa no seu volume " Sexo, Pornografia e Personalidade ", foi por este recolhida no volume " The Prince´s Nature" de Roger Peyrefitte e será resumida e comentada ao longo do seu desenvolvimento pelo responsável pela recolha. Trata do Princípe Vincenzo Gonzaga, cujo casamento não consumado com Margherita Farnese, neta do Duque de Parma, fora anulado.
O Grão Duque da Toscânia, Medici, estava disposto a dar-lhe a mão de sua filha em casamento, mas havia uma dificuldade: circulavam rumores de que o Príncipe era impotente. Era um obstáculo difícil de vencer pois a " produção" de um filho e herdeiro era o principal dever dos Príncipes e das Princesas.
Por isso, a condição imposta pelos Medici para continuar as negociações a respeito do casamento foi que D. Vincenzo provasse a sua virilidade, com uma virgem e perante testemunhas. Imediatamente se levantaram objecções contra a realização da prova com uma virgem. O Santo Padre ( que concedera a anulação do primeiro casamento do Príncipe ) tinha concedido igualmente ao mesmo o direito de voltar a casar-se, mas esquecera-se de especificar se esse casamento podia ter lugar com uma virgem ( o Príncipe era já entradote na idade ) sendo entendido pelos entendidos que esse segundo casamento se deveria realizar com uma viúva ( de preferência já com filhos, o que eliminaria os problemas políticos resultantes da alegada impotência do Príncipe ).
Mas o Grão Duque Medici não tinha nenhuma filha viúva mas sim uma filha virgem pelo que a prova / teste deveria ser de igual valor. Os argumentos morais foram discutidos em comissão num Consistório secreto no qual Gregório XIII esteve presente. Dessa reunião saíram a autorização para a realização da prova e as regras da sua supervisão.
1)- A moça seria vista e examinada por dois médicos, duas enfermeiras e duas matronas na presença de três testemunhas nobres.
2)- Uma das três testemunhas ( Don Alfonso ) guardaria rigorosamente a virgem ( e o seu estado como é claro ) " até ela ser procurada pelo nobre Príncipe ".
3)- Os "embates" deveriam ocorrer numa só noite.
4)- O Príncipe, nos seus esforços não utilizaria " nem seus dedos, nem qualquer instrumento ou artifício, nem qualquer coisa que não fosse exclusivamente de sua virtude " ( o que tapava ao interveniente qualquer hipótese de veleidade " artístico / imaginativa " em que não estivesse presente o " membro " ).
5)- Aqueles que tivessem testemunhado a virgindade verificariam a sua destruição.
6)- Don Cesare – uma outra testemunha e Ministro dos Medici – veria com seus olhos e tocaria com suas mãos o quanto desejasse a nobre pessoa do Príncipe ( antes, durante e depois da prova).
Há episódios caricatos nesta caricata história. Uma viúva " ofereceu " uma filha " encalhada " para a prova, mas a mesma acabou por fugir com um Conde ( provavelmente sem dinheiro – o que também havia naqueles tempos ). Entretanto a noiva ia sabendo das noticias sem perceber nada do que se passava – não sabia o significado de virilidade e de impotência e o seu confessor não foi capaz de esclarecê-la.
Finalmente encontrou-se um orfanato que iria fornecer a vítima para o sacrifício e depois de várias discussões sobre o tempo da prova ( o Príncipe queria três dias e só lhe era fornecida uma noite ) acabou por resolver-se o problema: Giulia, uma jovem de vinte e um anos foi submetida a um banho, preparada para a cama, examinada, etc. O problema do tempo também foi resolvido passando de uma noite a vinte e quatro horas esclarecendo-se também o papel do Ministro dos Médici ( Don Cesare ).
" O Ministro de sua Alteza ( Medici ) deve vê-lo ( o membro ) com seus olhos e tocá-lo com sua mão, enquanto ele estiver em acção." Depois de uma tentativa falhada no Domingo ( alegadamente por ter comido ostras demais ) o Príncipe voltou à carga na quarta – feira. Às cinco horas deitou-se ao lado da moça e meia hora depois chamou o cavaleiro que supervisionava o jogo que descreve assim a cena: " O nobre príncipe ergueu-se, apoiando-se sobre o cotovelo, a minha mão passou entre as duas barrigas ( do príncipe e da jovem Giulia ) até eu poder tocar a região púbica de Sua Alteza e segurar a sua sólida pessoa, que a moça tinha dentro do seu corpo. Era evidente que ela o tinha dentro, pois estava gemendo e não só de dor."
Um demorado exame verbal foi feito a Giulia; ela parecia satisfeita. O Santo Padre foi notificado do sucesso conseguido pelo Príncipe, o casamento foi acertado e resultou em oito filhos legítimos mais um ilegítimo resultante da prova.
Recolha e composição / recomposição do texto da responsabilidade de Antro ( 11/01/2002 )
Inscrivez-vous au blog
Soyez prévenu par email des prochaines mises à jour
Rejoignez les 7 autres membres